Ia começar dizendo que amo ter filhos, que ser mãe é mágico, que aprendemos mais e mais todos os dias, que a criança desperta em nós o nosso lado mais sincero etc etc etc. Tudo isso é a mais pura verdade, mas não é bem o que pretendo contar...
Hoje fiquei com vontade de falar uma das pequenas liberdades que conquistamos depois que os filhos nascem e a retirada das fraldas é uma delas. Pequenas liberdades sim, pois a partir do momento que aquela criaturinha chega ao mundo ficamos privados de milhões de coisas simples, muitas das quais nem percebíamos que eram tão importantes. Eu sempre fui daquelas que faz o que quer, que não precisa pedir quase nada pra ninguém e aí, do nada, virei uma Maria-Pidona, um ser dependente de outras pessoas pra tudo. É esquisito. Mas se o foco permanecer no lado negativo da coisa, a missão de ter um filho se torna algo muito mais sacrificante do que prazeroso, afinal, sua vida mudou para sempre e você tem em mãos a maior das responsabilidades! Por isso resolvi pensar difererente.
No meio do caminho, quando chegou a primeira pequenina, nós éramos - nada mais, nada pra menos - do que um casal de aventureiros apaixonados sem a MÍNIMA convivência com qualquer bebê. Zero. Fomos aprendendo com a rotina, com alguns livros, com a internet, com conselhos dos outros (atentos aos filtros, pois esses conselhos são um perigo!). Daí percebi que o melhor seria focar na missão de ser mãe como uma nova maneira de encarar a vida, mas que não precisamos abrir mão de absolutamente tudo! Nós vamos aprendendo a nos comunicar com os nenéns. Aprendemos juntos uma nova linguagem e, sem pressão, tudo acontece mais naturalmente (um naturalmente estressante, claro).
Tá, mas e as fraldas?
Ah sim, é que pra falar disso é preciso uma breve introdução, até pra eu lembrar de como tudo se deu.
Agora estou comemorando a completa retirada das fraldas depois de 4 anos e meio! O quêêê? Pois é, tivemos uma filha atrás da outra e quando a segunda nasceu a primeira ainda usava fralda. Essa semana pude comprovar que não temos mais nenhum neném nessa casa e concluí que a retirada das fraldas foi uma das etapas mais simples desse compexo processo.
O pulo do gato é deixar o neném te avisar das necessidades fisiológicas e depois brincar com isso. Troninho, pinico, musiquinha da vitória quando fazem no vaso, história do cocô, "tchau cocô", etc. Parece mais difícil do que é, mas não é não. Basta agir com naturalidade e sem pressão com os pequnininhos. Sem dar bronca quando fizerem na calça ou no meio da sala. Sem desespero e com paciência, pois aprendemos juntos a passar por isso.
Sobre a história das descartáveis ou de pano, preciso de um capítulo a parte. Confesso que tentei usar apenas fraldas de pano, mas desisti no primeiro mês. Apesar de ser mega preocupada com esta história do lixo e de ficar com o coração apertado a cada "podrão" (é assim que chamávamos por aqui o saco de lixo com fraldas) que tirávamos da vista, não consegui me organizar pra mais essa tarefa rotina punk rock de lidar com o bebê. Usamos as fraldinhas de pano depois de as meninas terem uns 2 meses, só em casa e pela manhã...Há pra vender uns modelos muito bonitinhos e relativamente práticos, como o Fralda Bonita. Dou a maior força e admiro quem consegue se organizar pra usar apenas as fraldas de pano. Dei conta não. fôn.
Mas enfim, este post aqui é um desabafo de alívio e um toque pra quem está desesperado com essa troca de fraldas que parece interminável. Não é. Hoje eu digo aliviada: adeus fraldaiada!