terça-feira, 16 de abril de 2013

Como se começa uma coleção.



       Sempre achei muito legais as pessoas que colecionam coisas. Quando entro numa casa e me deparo com uma coleção, fico um tempão olhando peça por peça, pergunto como começou, quantas peças têm, bláblas bláblas. E geralmente os colecionadores adoram essa conversa. Vêm me contar a toda a história da coleção, onde comprou cada uma, de quem herdou... 

      Pra mim coleção é um misto de apego com afeto. Não chega a ser consumismo, pois há pessoas que colecionam de um tudo: de selo a imagens de São Francisco de Assis! São comuns as coleções de latinhas, de carrinhos, de corujas...E o que mais me chama a atenção em qualquer uma delas é o carinho que os colecionadores nutrem por aquele "amontoado" de mesmas coisas. É sempre um chamego!

      Dia desses um amigo (querido purdimais) fez uma viagem pelo interior de Minas em busca dos maiores ceramistas da região - famosa pela arte de fazer esculturas com o barro. Pra minha surpresa, ele me presenteou com uma cerâmica encantadora de uma moça amamentando, feita pela Dona Eva, lá do Vale do Jequitinhonha. Eu fiquei tão apaixonada por aquela obra que disse na mesma hora: 

- Pronto, é a primeira peça da minha coleção de mães que amamentam!



  Engraçado que em pouco tempo já me deparei com outras duas mãezinhas de barro e não resisti, trouxe pra casa!

    Uma delas é de uma artesã da cidade de Ceilândia, aqui mesmo no Distrito Federal. Ela não usa tinta em suas peças e achei muito linda a cor original e o cuidado que ela teve para fazer os pequenos detalhes.



     A outra é uma “Cholita”, uma madrecita muy hermosa que eu trouxe da nossa viagem para o Peru. Engraçado que em Cusco tem muito artesanato bacana, muita coisa legal e eu estava indo embora cheia de presentes pros outros, mas não tinha comprado nada pra mim. Encontrei esta Cholita no saguão do Aeroporto e trouxe na mão, cheia de cuidados!



 

 
    As outras duas de paninho são umas fofuras. A primeira é artesanato de Sergipe e a outra ganhei de uma amiga que trouxe da Guatemala.







    Cinco peças já são suficientes pra eu me considerar uma colecionadora de mães que amamentam? Pra mim, sim. Me sinto uma colecionadora. Me exibo quando alguém repara nas minhas "meninas". Me apeguei a elas e venho realizando esse sonho que eu ainda não sabia que tinha.

  


    E tem mais. Amamentar é um dos gestos mais incríveis que existem. É a simbiose total. É o símbolo da natureza perfeita, do alimento perfeito, do afeto, do amor, da confiança. É ou não é?