quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Transporte criativo

Passada a Semana da Mobilidade e acabo de voltar da Sampa com esse tema martelando na cabeça. Transporte.

Pra quem ainda não ouviu falar, 22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro. Não é o dia para salvar o planeta, mas uma forma de chamar atenção para a questão da mobilidade e sobre o que pode ser feito para fugirmos do caos que domina o dia-a-dia de todo mundo.

Eu como sempre gostei da magrelinha (vulgo: bicicleta) não tenho grandes dificuldades para deixar o carro em casa e ir para o trabalho de um jeito mais saudável, menos poluente e muito mais legal. E acho que não podemos ficar de braços cruzados esperando o governo fazer alguma coisa para mudar. Apoiar movimentos que lutam por um transporte mais limpo e saudável é uma boa opção. A outra é usar a criatividade e escolher um jeito mais bacana de chegar aos nossos destinos.

Isso me faz lembrar de uma experiência muito bacana que tive e fiquei com vontade de compartilhar. É a de ter passado os últimos 3 anos indo trabalhar de caiaque. Ah, foi um período muito, muito bom. Chegava no trabalho sossegada, tinha mil ideias ao longo do trajeto e ainda fazia uma atividade física. Essa estória foi parar na mídia e rendeu até capa do Correio Braziliense de domingo. Ó só:









     Depois mudei de emprego e fui parar no centro da cidade. Ossos do ofício, agora resgatei a bicicleta e adaptei à vida de mãe - pelo menos duas vezes por semana. Como moramos em chácara, um pouco afastados da cidade, deixo as pequenas na escola de carro e faço o restante do trajeto de bike. Lá no trabalho temos a vantagem de ter paraciclo, chuveiro e até armário. Oh!!!  Mas nem sempre foi assim, já tive que negociar de guardar a bike num prédio ao lado, já pedi pra instalar chuveiro, já prendi bici no poste, etcetera e tal.


Itinerário: casa - escola - trabalho. Será que ela gosta?
E como sempre ouço muitos comentários a respeito dessa história de andar de bicicleta no trânsito, aqui um pouco da minha opinião a respeito:

1) Não dá pra ir de bicicleta pois fico muito suado e no meu trabalho não tem chuveiro.
Sim, tem gente que sua muito mais, mas isso também pode ser uma questão de hábito. Uma dica é fazer o trajeto casa-trabalho aos fins de semana para ver como o corpo reage, quanto tempo gasta, etc.
Sobre o chuveiro e lugar pra guardar as coisas: nem sempre a gente precisa de chuveiro. Dependendo do percurso, um bom banho antes já garante o dia. Se for o caso, em muitos locais é possível conversar com os superiores e fazer a solicitação. Já trabalhei num local em que pedi para instalarem o chuveiro e minha proposta foi muito bem aceita. tanto que outras pessoas passaram a ir de bicicleta depois que havia essa estrutura.

2) Mas e o trânsito, você não tem medo?
Não, não tenho. Mas tenho braços e garganta. Não adianta querer andar de bicicleta na rua e querer passar despercebido. É preciso estar o tempo todo integrado com os outros veículos e se impor como parte do trânsito. Algo que sigo à risca é andar na mesma mão dos carros e seguir as regras do código. Extrema direita da pista, sinalizando, gritando (se não tiver buzina): BICICLEEEETAAAA!!!

3) Mas você é mulher, não dá pra chegar arrumada no trabalho...E seu cabelo? E a maquiagem?
Pessoas, juro, a gente chega bonita, saudável e gatona. Dá pra ir com uma roupa mais leve e levar os apetrechos na mochila. Meu trabalho atual exige que eu vá arrumadinha. E eu vou! Gosto de pedalar com sapatilha e com roupa leve. Na mochila levo o sapato, o blazer, o estojinho de maquiagem. Sobre o cabelo, prefiro desencanar de ficar refém da escova. Mantenho sempre hidratado e cheiroso. Vou com o cabelo preso e quando chego, solto as madeixas. Na hora em que apareço no trabalho toda feliz e com a endorfina saltitando dos poros, ouço vários elogios e acho que isso sim é estar bonita!

4) Você ainda acha que vai salvar o planeta ao vir de bicicleta? (essa eu ouvi ontem, é sério.)
Querido, não tenho essa pretensão. Mas confesso que me sinto bem em ser um carro a menos na sua frente do congestionamento. De ser um carro a menos no estacionamento lotado. De ser menos uma pessoa perdendo a hora por conta desse caos motorizado. De ser uma pessoa menos estressada por não conseguir sair do lugar ou ficar um tempão procurando onde parar. Por ser uma pessoa a menos lançando fumaça preta no ar. De ser uma pessoa a menos sugando tanto petróleo da Terra e dando dinheiro pra poucos - que já têm tanto. Por sentir vento no rosto, por ver de perto uma árvore florecer, por fazer o coração bater acelerado e por ter como combustível a minha própria energia.


Pra quem tá afim de começar aos poucos, em várias cidades existem projetos que incentivam o uso da bike. No RJ e em SP tem as bikes do Itaú (ah sim, sem incômodos de minha parte fazer publicidade gratuita para projetos interessantes). 

Bom também é dar uma olhada no Manual - para o trabalho de bicicleta. Um guia bem didático!

Eu ficaria dias escrevendo sobre bicicletas, um dia falo mais disso. 


Mas o importante mesmo é refletir sobre o tempo que perdemos no trânsito, o estresse diário que isso gera em todos nós e sobre como podemos fazer diferente para levarmos uma vida mais saudável, prazerosa e feliz.

Alguém compartilha dessas ideias?

Compartilhar as ruas. Gentileza gera gentileza.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Recanto da Manu

Azulejos dão um tchans nos cantinhos ao redor da casa.


        Adoro ir em casas que têm a cara dos seus donos. Isso sim é têndência. Isso sim é ter estilo. Isso sim é ter bom gosto.

       Vez ou outra vou mostrar aqui o cantinho de alguém, justamente pra a gente compartilhar essa história de que o mais importante é o acolhimento. O o resto vem de brinde!

       Minha amiga-irmã Manu e sua família têm uma casinha pra lá de linda em Pirenópolis, uma cidadezinha histórica que fica bem perto de Brasília. O recanto é de sossego, paz e de bons momentos, sempre. Point dessa família intelectualíssima e dos amigos pedalantes, escalantes, falantes, saltitantes e alucinantes que são a cara da Manubrown.

Sutilezas que embelezam a casa. Um bule esmaltado e as galinhas d'angola.

       Mas o que acho mais legal de mostrar é que a casa foi ficando com a cara deles por coisas simples. Quem chega já diz: "os pais dela devem ser artistas". Isso porque eles emolduraram vários cartazes de eventos de música, dança, cinema e artes plásticas e espalharam por toda a casa. Ó que ideia massa e barata.

A Yoko  é a estrela da sala. Fica perto do Andy Warhol, outro cartaz de exposição emoldurado.
Detalhe de um cartaz do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro - de 1998

Outra: um jardim florido e arborizado. Um monte de pé de fruta, flores e folhas, tudo cuidado com amor.


Flores, frutos, verde. Os passarinhos estão sempre por ali, é claro.

E uma geladeira azul-marinho da GE - dazantigaça - que ainda funciona? Reina na cozinha e reluz por toda a casa.

Ela.


Janelonas e portonas: Deixa a luz entrar!

São várias janelas como esta. Luz e frescor de grátis.

Realmente sou apaixonada por esta casa e por esta família. Grata pelas estadias!

Vou tentar manter o espaço "Cantinho dos Outros". Em breve trago impressões de outros lares legais com cara de gente de verdade.

Um salve para nossos recantos!